quinta-feira, 12 de setembro de 2013

PALHAÇADA!!!

A propaganda enganosa com o ator MILTON GONÇALVES falando da "perfeição" do atendimento no SUS no Brasil dá náuseas, revolta e causa um baita num nojo em mim, enquanto brasileiro. Se o SUS fosse tão perfeito assim, por que o LULA não fez o tratamento dele por lá? Todo mundo sabe que as pessoas morrem à míngua, sem atendimento muitas das vezes, porque faltam médicos, remédios e condições de trabalho adequadas. É uma cara de pau sem tamanho botar uma propaganda dessas, em horário nobre (que não custa barato) para ludibriar o povo brasileiro (MAIS UMA VEZ)
Aqui em Belém, pelo visto, a história se repete. Há alguns anos, o ex-prefeito Duciomar Costa, tentou transformar o Hospital Sirio Libanês no novo PSM da 14. Na primeira dificuldade, desistiu. Vi pela televisão que o atual prefeito (O Sr. Proibição) visitou o prédio do PORTO DIAS, que está à venda, afirmando depois que a prefeitura tem sim condições para adquirir o imóvel. E até hoje....
O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI??? Será que todo mundo vai ter ir trabalho com nariz de PALHAÇO como forma de protesto? Porque é o que estão fazendo conosco. UMA BAITA DUMA PALHAÇADA!!!!

sábado, 7 de setembro de 2013

1º capítulo de LIAH SVEN E O MEDALHÃO DE MEMÓRIAS (completo)




Capítulo UM

-SANGUE INOCENTE-

 

Ian Katz estava deitado em sua tenda quando os primeiros gritos de terror chegaram em seus ouvidos. De imediato, ele soube o que estava acontecendo. Caminhando o mais rápido que sua idade avançada lhe permitia, o curandeiro chegou à entrada de seus aposentos, mas não a tempo de evitar que seus filhos Ien e Ianna entrassem.

         — O que está... — começou ele, mas a filha o interrompeu.

         — Os Kragen. — disse ela — invadiram o vilarejo. Passaram por nossa barreira mágica, como se ela não existisse.

         — Eles procuram pelo senhor, meu pai. — disse Ien. — O que faremos?

         Ian Katz respirou fundo antes de responder.

         — Levem-me até eles antes que destruam toda a nossa vila.

         — Mas, pai... — disse o rapaz.

         — E rápido, meu filho. Ou mais sangue inocente será derramado.

         Escoltado pelos filhos, o velho curandeiro deixou sua tenda e foi em direção ao centro do vilarejo, onde dezenas de cavaleiros, armados com lanças e espadas, ostentavam os brasões dos Kragen, na tentativa de intimidar seus adversários. Ian Katz não ficou surpreso ao ver o rei, Nael Kragen, em pessoa, montado em seu corcel negro, o encarando com seu semblante frio e cruel.

         — Nael Kragen. — disse Ian Katz. — Faz anos que não nos vemos, não é mesmo?

         O rei fez sinal para dois de seus soldados mais próximos o ajudassem a descer se de sua montaria. Em seguida, caminhou alguns metros em direção ao líder dos Katz.

         — Por que desfez a maldição que nos impedia de andar pelas terras de Hindra? — perguntou o rei.

         — Porque tive um motivo. — respondeu Ian Katz.

         O rei desembainhou sua espada. A lâmina negra exibia um estranho brilho esverdeado. Ien e Ianna colocaram-se diante do pai.

         — Eu vou perguntar só mais uma vez. — disse Nael Kragen ­— Meus feiticeiros captaram inúmeras vezes o brilho da Espada Sven nas últimas semanas. E nós dois sabemos que ninguém nesse mundo seria capaz disso, não é?

         Ian Katz deixou escapar um sorriso.

         — Digamos que aquele quem nós esperamos durante anos, finalmente chegou.

         — E quem é? — perguntou o rei. — E o que você fez com meu filho Mez? Eu não consigo encontrá-lo em parte alguma.

         — Talvez ele não queria ser encontrado. — disse Ianna. — Ele não é como você!

         — Cale-se, sua insolente! — disse o rei. — Ou saberá o que acontece a todos aqueles que são tocados pela lâmina de minha espada.

         — Foi assim que matou o rei Gavin? — perguntou a jovem, deixando claro que nem mesmo a figura do rei Nael Kragen a intimidava.

         Vários cavaleiros foram em sua direção. Ian Katz e o filho colocaram-se em sua frente, para protegê-la. O rei falou:

         — Se voltar a abrir essa boca suja sem que eu lhe dê permissão, passará o resto dos seus dias em Confre.

         Ianna ainda abriu a boca novamente, mas foi contida pelo irmão.

         — Quem fez com que a lâmina da espada Sven brilhasse, velho? Conte-me agora ou eu vou...

         — NÃO OUSE AMEAÇAR MEU PAI, Kragen! — gritou Ien Katz.

         Os cavaleiros ameaçaram um ataque mais uma vez, mas Nael Kragen levantou sua mão e todos se contiveram.

         Ian Katz coçou sua barba branca durante longos minutos.

         — É impressão minha ou Vossa Majestade está temeroso?

         O rei pareceu irritado.

         — Vocês são como insetos, velho! — disse ele. — Você e sua maldita gente não podem contra mim. Eu acabo com vocês antes mesmo da batalha começar.

         Ien tomou a palavra.

         — Será que Vossa Majestade aceitaria lutar com um de nossos guerreiros? Eu, por exemplo?

         Nael Kragen se aproximou.

         — Você seria bem menos covarde, se viesse até aqui sem essa maldita espada. — disse Ianna.

         — O quê? — perguntou o rei.

         — Você nunca teria vencido o rei Gavin, se Thora não tivesse enfeitiçado a lâmina de sua espada. — Ianna gritava com toda a sua força. — Você não passa de um Grosen nojento, que teve a sorte de evoluir.

         Nael Kragen avançou sobre ela com sua espada, mas Ien se pôs entre os dois, sendo atingido na altura do abdômen.

         — Nããão! — gritou Ianna, ao ver o sangue do irmão jorrar pela ferida.

         — KRAGEN! — berrou Ian Katz. — Você pagará por isso com sua própria vida.

         Do nada, círculos de fogo apareceram no céu e cercaram a todos. O rei e seus cavaleiros permaneceram imóveis. O sangue do filho de Ian Katz ainda pingava na grama verde quando algumas pessoas próximas começaram a gritar. Todos os cavaleiros e até o mesmo o rei atiraram-se ao chão.

         — Em nome do Grande Criador, o que está acontecendo? — perguntou um soldado do rei, ao ver dois dos cavalos reais serem consumidos pelas chamas.

         — Atenção, Guerreiros do Povo Katz... A ordem é atacar! — gritou Ian Katz.

         Quando os anéis de fogo sumiram, Nael Kragen e seus cavaleiros viram-se cercados por todos os lados.

         Ianna permanecia no chão, ajoelhada ao lado do irmão, que agonizava.

         — M...Minha irmã...

         — Não fale nada. — disse ela — Foi tudo minha culpa. Eu nunca deveria ter dito aquilo. Papai vai ajudá-lo. Por favor, aguente firme.

         — L...Liah... — disse Ien, com os olhos fechados. — Quando ela tiver as... as memórias... do... do medalhão, ela vai saber da... da verdade.

         — Que verdade? Do que você está falando?

         — Do... Do irmão dela. Aquele que... que nasceu antes do rei Gavin se casar com... com a Rainha.

         — Que irmão?

         — O...O garoto...

         Ien Katz parou de falar. A vida já não habitava mais seu corpo. Ianna entrou em desespero.

         — Pai! Pai, o que faremos?

         Ian Katz abaixou seu olhar e contemplou tristemente o corpo do filho. Em seguida, pegou sua antiga espada, que havia sido passada ao filho em sua maioridade hindraniana e disse:

         — Venha, Kragen!       

         — O QUÊ? — perguntou o rei, que ria abertamente. — Não seja ridículo! Eu não duelo com velhos!

         Ian Katz avançou sobre seu inimigo, que se defendeu de imediato. O barulho das lâminas, ao se tocarem, foi tão alto, que vários cavaleiros viraram-se para observar a cena.

         — Pai! — gritou Ianna, que parecia não acreditar no que via.

         Ian Katz era velho, mas sua agilidade com a espada superava e muito a de seu adversário. Por diversas vezes, Nael Kragen fora empurrado ou mesmo derrubado no chão. A cada novo choque entre as espadas, o vilarejo inteiro parecia tremer. Ianna assistia ao pai lutar contra o homem que assassinara seu irmão, perplexa e assustada.

         — Desista, velho! — gritou o rei. — E talvez eu só o mande para Confre, pelo resto dos seus dias.

         Ian Katz ignorava cada palavra de seu opositor e Nael Kragen já dava sinais de cansaço.

         Ao redor, todo o vilarejo dos Katz estava em guerra. Cavaleiros que já haviam sido mortos eram pisoteados por seus companheiros de batalha, enquanto estes tentavam, a todo custo, salvar suas próprias vidas.

         Ianna agora estava de pé. Suas lágrimas ainda molhavam o seu rosto, mas ela já segurava seu arco e posicionava uma flecha em seu alvo.

         — Ahhhhh! — gritou Nael Kragen, no exato momento em que uma flecha da garota acertara sua mão, fazendo-o largar a espada no chão.

         Ian Katz olhou para a filha, satisfeito. Depois, virou-se para o rei e sorriu.

         — Deixe-me apenas terminar o serviço, Majestade.

         Com um golpe seguro de sua espada, o velho curandeiro decepou o que havia restado da mão de Nael Kragen no fim de seu braço. O grito do rei foi tão alto que chamou a atenção dos muitos cavaleiros que ainda lutavam com os guerreiros Katz. Ian Katz se aproximou.

         — Com essa mão, você matou meu amigo Gavin e meu filho Ien. Mas você não vai mais usá-la para atingir ninguém. Nem mesmo seus feiticeiros serão capazes de colocá-la outra vez no lugar.

         Largando a espada no chão, Ian Katz fez jorrar de sua mão uma luz laranja, que atingiu a mão de Nael Kragen, que havia sido cortada durante a luta. O membro rapidamente se incendiou e se transformou em cinzas, que se perderam no ar da noite.

         — PRENDAM-NOS! — gritou o rei, cheio de cólera.

         Ianna não teve forças para lutar. Seu arco caiu no chão no exato momento em que três cavaleiros a imobilizaram e puseram grossas correntes em seus braços. Ian Katz fora agarrado pelos cabelos e levado até bem perto de Nael Kragen, para que este ditasse sua sentença. O curandeiro não demonstrava qualquer medo.

         — Vossa Majestade quer que o matemos? — perguntou um soldado.

         — Ainda não. — disse o Rei. — Sinto que ele ainda me será útil. Você vai adorar a prisão de Confre, seu velho maldito. Lá, terá tempo o bastante para pensar no que fez ao Rei de Hindra. Levem os dois para as masmorras mais profundas de Confre. Eu os quero isolados e sem nada para comer ou beber até que eu lhe avise para fazerem. LEVEM-NOS!

         Ian Katz e sua filha foram acorrentados aos cavalos e levados para longe de seu tão amado vilarejo. Para trás, deixavam um povo inconformado com tamanha violência e impiedade. No chão, em meio ao sangue de todos os que haviam perdido suas vidas na batalha, o corpo de Ien jazia em silêncio, rodeado de amigos de infância e parentes.

         Nael Kragen aproximou-se depois que seu ferimento havia sido todo envolto em túnicas reais.

         — Quero este vilarejo cercado e vigiado o tempo todo. Ninguém entra ou sai dele sem que eu saiba ou ordene. Vocês entenderam?

         Os soldados confirmaram com a cabeça e o rei voltou ao seu cavalo, que o conduziu para a escuridão da floresta.

REFLEXÃO DE SEXTA-FEIRA: TIMIDEZ


Hoje eu ouvi uma frase vinda de minha filha de cinco anos que me chamou demais a atenção. "Pai, hoje quando minha professora pediu pra eu segurar a bandeira do Brasil na escola no desfile, eu fiquei com vergonha, que nem você".
Eu nem lembrava mais de uma conversa que nós havíamos tido há um tempo, na qual eu contava a ela que, quando estudante, eu era uma criatura estupidamente tímida e acanhado além da conta. Na verdade, talvez fosse até mais do que isso. Lembro com exatidão que eu mal respondia chamada. Com dificuldade levantava o braço.
Quando soube que seria pai, pedi a DEUS que minha filha não herdasse nenhuma das minhas, digamos, mazelas. Lembrei até da enxaqueca, mas acabei esquecendo da timidez, vejam só que pai desnaturado.
Um conselho aos tímidos, como eu: isso não tem cura. Mas tem controle. E o controle é tão bom que você nem lembra que sofre desse mal.
Falo sério, perguntem aos meus alunos como dou aula. Faço piadas, imito gente importante, se preciso for, faço até caras e bocas. Em sala, nós, professores, somos como atores no teatro. A aula é a peça. A timidez fica na porta da sala, num saco, aguardando o fim do espetáculo.
CARPE DIEM pra todo mundo. Bom fim de semana!

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

"Ser adulto é difícil, mas necessário" 
Crescer é uma das coisas mais sublimes do mundo. Da vida, para ser mais franco. Mas, para crescer, temos que abrir mão de sonhar, de fantasiar, de ignorar os problemas do mundo.
Aquele que diz que não sente falta da sua infância, certamente está mentindo. Li num livro uma vez que a infância é um reino onde ninguém morre. Acho que é mais ou menos assim que funciona. Para algumas pessoas, a vida mostra sua face mais dura muito cedo, como foi com José Mauro de Vasconcelos, meu autor favorito no mundo todo. Assim, somos obrigados a saltar de paraquedas no difícil e desconhecido terreno da maturidade, sem nem ao menos sermos consultados se estamos prontos para isso.
Crescer é difícil, mas viver, tomar decisões, perder pessoas queridas (para a morte e para a vida) é muito pior

domingo, 24 de março de 2013

Meu livro novo já está pronto!


Uma história de amor cercada por um terrível segredo capaz de mudar o mundo. Três vidas que ficarão entrelaçadas por esse mesmo segredo. Uma difícil decisão a tomar. Um destino a escolher.
Em breve, todos conhecerão Isabela, Davi e Mateus, os protagonistas de SEGREDO DE SANGUE, meu mais recente livro.

                      SER FELIZ, NÃO IMPORTA COMO!

PALHAÇADA


Qualquer professor que corrige redações sabe que dar um DEZ a um texto cheio de erros de ortografia é quase tão surreal quanto ver uma noite sem nuvens e sem estrelas na cidade grande. Como se bastasse todas as confusões que o ENEM vem enfrentando, agora ainda tem mais isso. Envergonha a todos saber que essas redações estão sendo corrigidas de qualquer jeito, sem se importar com o conteúdo ou com as pessoas que produziram aqueles textos.
A solução com toda a certeza seria contratar mais profissionais para fazer esse serviço. Fico meio óbvio que o cansaço mental tenha sido o responsável por isso. Eu mesmo, quando passo da trigésima redação, já começo a ver até elefante cor de rosa. Conheço uma pessoa que corrigiu tanta redação que, no domingo de manhã, quando pegou a revista da TV do jornal para ler, mecanicamente sacou uma caneta vermelha e começou a riscar o texto.
Mais uma para a tabela dos problemas do ENEM. Com certeza, não foi a última.

domingo, 10 de março de 2013

O primeiro livro a gente nunca esquece

Que o brasileiro não gosta de ler e sequer tem o hábito de frequentar livrarias, todo mundo sabe. O que eu não sabia era que essa realidade um dia se faria tão presente em minha vida. O mercado editorial brasileiro é injusto e incoerente. Não te pagam nada pelo livro que você lhes apresenta e a maioria das editoras agora inventou a tal da edição compartilhada, que nada mais é do que você, autor, pagando para ser publicado.

Cinco editoras se interessaram pelo meu livro. Gostei de todas. Infelizmente nenhuma delas bancaria o projeto e minha atual condição financeira não me permitiu assumir parte dos custos.
A editora multifoco caiu do céu, mas não é bem o que eu sonhei para minha primeira heroina romântica.
Cinco anos se passaram até que esta historia fosse finalmente concluída. Cheguei a bater a casa das 830 páginas, mas logo percebi que muita coisa podia sair. Fechei o ciclo com 602 páginas, mas a editora quis publicar em três volumes, ideia que eu, logo de cara, adorei.
Helena é uma jovem como muitas outras que todos nós conhecemos. Imatura, um pouco mimada e com mania grandeza. A vida começa a lhe ensinar uma valiosa lição, mas de um jeito meio duro, quase cruel.
A FAMILIA MORAES é o primeiro volume da série A FINA FLOR DA EMOÇÃO, meu livro de estreia, escrito com muito carinho para os meus leitores, amigos e colegas de trabalho que curtem a companhia de um bom livro.

domingo, 17 de fevereiro de 2013


Alguém aí já ouviu falar em HINDRA?

Logo, logo todos irão conhecer esse lugar cheio de mistérios, para onde a jovem LIAH SVEN é mandada. Sua missão? Salvar o lugar de um tirano maldito que assassinou covardemente seu pai, o Rei Gavin.


Desabafo

O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis. Conheci poucas em meus 31 anos de vida. Algumas ainda permanecem ao meu lado. Outras, a vida levou.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Tomar um ONIBUS é uma arte


Tomar um ônibus numa cidade grande como Belém pode ser uma arte. Dolorosa e cruel na maioria das vezes, mas ainda assim, uma arte. Você levanta cedo (às vezes antes mesmo do galo cantar) e, ainda no escuro, sai tateando o caminho até o banheiro, rezando para não bater aquele seu pé cuja unha está mortalmente encravada numa parede qualquer.
            Só quando a água fria sacode seu espírito, é que você se dá conta de que realmente acordou. E de que lhe restam poucos minutos para chegar à parada na hora exata em que o seu ônibus costuma passar. Em Belém, algumas linhas de ônibus são como o Cometa Halley, se você perder, leva um tempão até que passe outro.
            Você sacrificou seu café da manhã e nem teve tempo de ligar a TV para saber das primeiras notícias do dia. Mas, às seis e meia em ponto, lá está você em ponto de bala, pronto para ir ao trabalho. O ônibus se aproxima, mas, sem motivo algum, passa direto por você e por todas as outras pessoas que também o aguardavam. Você fica triste, já que ele vinha vazio. Todos ali ficam desnorteados. Mas ninguém tem tempo para desanimar. Por sorte, outro ônibus da mesma linha se aproxitmava. Lotado, como era de se esperar.

            Depois do empurra-empurra inicial, você consegue se espremer até chegar à roleta. Enquanto faz malabarismos dignos do Circo de Soleil, uma mulher grande e nada leve pisoteia seu pé (aquele da unha encravada!). Urrando de dor, você se arrasta até o fim do ônibus, onde um assento vazio brilha em meio aquela escuridão. Mas, quando você se aproxima, vê que o banco está sujo de algo verde e gosmento (talvez vômito de criança).

            De volta à selva de pessoas, você troca cotoveladas com um moleque de dezesseis anos por um assento que acabara de ficar livre. No fim, você vence. É uma cadeira sozinha, isolada das outras, o que significa que ninguém sentará do seu lado. É maravilhoso sentir a brisa matinal bater em seu rosto imóvel e despreocupado. Você finalmente está feliz. Pelo menos até um senhor idoso, de mais ou menos uns 150 anos se aproximar e te dizer que quer sentar.

            Meio sem jeito, mas exercendo seu papel de bom cidadão, você cede seu lugar a ele. De volta ao corredor do ônibus, a gorda que esmagara seu pé da primeira vez volta a cruzar o seu caminho. Mas o pé que sofre o dano agora é o outro, que ainda estava inteiro.

            Você chega ao trabalho já cansado. Definitivamente, tomar um ônibus é uma arte.