domingo, 13 de setembro de 2009

Como uma pequenina "totoca" mudou minha vida...

Minha esposa e eu casamos depois de seis anos de namoro e planos para o nosso futuro juntos. Ter filhos sempre fez parte deste futuro, mas fomos muito criticados pelo fato dela ter engravidado apenas um mês depois do nosso casamento.
Lembro da data exata que o primeiro exame de farmácia deu positivo. Dia 02 de fevereiro de 2007. O telefone tocou e ela saiu correndo para atender. A mim, coube a tarefa de ficar ali, esperando por aquela segunda listra do exame, que teimava em não aparecer.
Cinco minutos depois, apareci na sala, todo suado e tremendo da cabeça aos pés. Ela desligava o telefone e me encarava, esperando por uma notícia: "Amor, olha só"
Nos abraçamos e na mesma hora eu liguei para contar a novidade aos meus pais. Ela dizia: "você está louco? e se esse exame estiver errado?". Ainda fizemos mais um antes de corrermos para o laboratório. E no dia 9 de fevereiro, quando fomos pegar o resultado, eu fui até ela e disse: "Eu não falei que tinha alguém a caminho?"
Foi uma gravidez tranquila, sem enjôos, tonturas ou maiores imprevistos. E eu, desde os quatro meses de gestação dela, comecei a conversar com o bebê. Chamava-o de "totoca", que é um apelido que eu vi pela primeira vez no romance MEU PÉ DE LARANJA LIMA, de José Mauro de Vasconcelos. Nós pensávamos (pelo menos eu pensava) que seria um menino naquela época. Aos poucos, aquela criaturinha foi começando a conhecer a minha voz e dava saltos e mais saltos (dá pra saltar dentro da barriga?) sempre que me ouvia chamá-la.
Semanas mais tarde, descobrimos que era Maria Eduarda que estava a caminho e não Matheus, como havíamos planejado. Mas meu coração se encheu ainda mais de alegria, ao saber que seria pai de uma linda princesinha dentro de poucos meses.
Passava meu tempo vago pensando em como seria quando ela nascesse. Será que gostaria de ler, como eu? Será que seria calminha ou travessa? Em que escola estudaria? Será que ela iria gostar de mim? Tudo isso tirava meu sono.
Uma semana antes dela nascer, a obstetra que atendia minha esposa avisou que a cesariana seria marcada para o dia 24 de setembro, as 19, 19 e meia da noite. Preparamos tudo, inclusive os brindes para a maternidade e esperamos ansiosos pelos grande momento.
Deus havia nos preparado uma grande surpresa.
Eram duas e vinte da madrugada do dia 23 de setembro, quando minha esposa me chamou para dizer que a bolsa havia estourado. Saltei para fora da cama e corri imediatamente para o telefone. A médica atendeu logo no segundo toque. Eu lhe contei o que havia acontecido e ela pediu que fôssemos para a maternidade, tão logo fosse possível.
Chegamos lá antes das três e meia e um exame constatou que minha filhota poderia estar em sofrimento, por causa da cor do liquido amniótico, que estava bem escura. A cesariana começou as seis e quinze, e exatamente às seis e vinte dois, vi minha princesinha pela primeira vez. Ela chorou muito e se calou quando eu a chamei de "totoca". A médica disse que ela, na certa, reconhecera a minha voz. Fiquei todo besta e coloquei o meu dedo em sua minuscula mãozinha. Que fofura!!!
Ela ainda ficou algumas horas na U.T.I neo natal, mas foi para o quarto conosco antes do meio-dia. Foi uma alegria só! Agora, eu era pai e aquela bebezinha linda dependia de mim para um monte de coisas. Eu, que tinha o sono super pesado, acordava sempre que ela emitia qualquer gemidinho. E é assim até hoje!
Minha totoca mudou minha vida. E para melhor. Hoje, é maravilhoso chegar do trabalho e vê-la sorrindo me chamando "Óia o papai!". Sempre que possível, fazemos muitas coisas juntas. Leio histórias pra ela, assistimos ao filme do Shrek (ela adora esse filme) e passeamos de bicicleta pelo calçadão perto de casa. Foi uma experiência única que eu não sei se vai se repetir, mas que valeu a pena cada minuto e cada segundo da minha existência. Filha, o papai te AMA!

Nenhum comentário:

Postar um comentário