quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014


TIROS, SUSTOS E PAIXÕES
Por Rafael Elarrat.

Que a maioria dos leitores adora ler trilogias, isso não é mais novidade. Agora, quando surge uma que se destaca no meio das demais, isso sim é motivo de grande comemoração. Foi o que senti quando o livro Quando eu era Joe (Editora Novo Conceito, 318 páginas) chegou até minhas mãos na semana passada. Um aluno me disse: “Professor, sei de um livro que achei a sua cara!”. Eu, é claro, fui até a livraria mais próxima, conferir.
Trata-se do primeiro livro de Keren David, que trabalhou no jornal The Independent, até se mudar para Amsterdã, onde foi editora-chefe de uma agência de fotojornalismo. Quando voltou à Inglaterra, estava decidida a escrever um livro. Assim nascia a história de Tyler Lewis.

Fora a capa do livro, que é, de longe, uma das mais sugestivas e interessantes que já vi, as primeiras linhas foram decisivas ao pré-julgamento que todo leitor faz do livro, antes de decidir se vai lê-lo ou não.
A história já se inicia num momento dramático. Ty e sua mãe estão na delegacia, onde ele acaba de testemunhar sobre um crime bárbaro que presenciara. Assim que descobre que, para garantir sua segurança, o garoto terá que entrar no Programa de Proteção à Testemunha, tudo em sua vida parece desmoronar. São semanas trancafiado em um quarto minúsculo de um hotel de beira de estrada em companhia de sua mãe, com quem ele sempre tivera pouco contato. Tudo parece conspirar para que sua vida, que já não era muito boa, saia dos trilhos em definitivo. Mas então, surge Joe, sua nova identidade. Alguém capaz de trazer o colorido que sempre faltara em sua vida. E Ty agarra essa chance, como se tudo dependesse dela.
Joe é popular na escola. Pratica esportes e até envolve-se em brigas com os valentões, que não aceitam que ele faça sucesso com as meninas ou tenha acesso ao equipamento de ginástica da escola com um cartão especial, que ninguém mais tem.
Mesmo namorando uma das meninas mais lindas da escola e sendo treinado pro Ellie, uma atleta excepcional, Joe começa a se interessar pela pessoa mais improvável naquele lugar: a jovem Claire, que é praticamente invisível dentro de sua família e no mundo que a cerca. Aos poucos, o casal vai se descobrindo, à medida que o próprio leitor vai descobrindo que Joe, ou melhor, Tyler, talvez não seja tudo aquilo que parece. E no meio de todo esse turbilhão de emoções, a quadrilha de bandidos que o persegue não o deixa esquecer que deve permanecer escondido, nem por um minuto.
Envolvente, contagiante e surpreendentemente empolgante, Quando eu era Joe tem tudo o precisa para conquistar leitores nos cantos deste país. No fim da leitura, o maior desafio do leitor é esperar pela continuação do livro. Altamente recomendável!

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