domingo, 12 de julho de 2009


Conheço algumas pessoas que permitiram que uma simples mágoa quase se tornasse um membro da família. Depois de anos de pensamentos e lembranças sobre aquela situação que resultou nisso tudo, aquele pequeno ressentimento finalmente cresceu o suficiente para se tornar uma mágoa.
É com vergonha que eu assumo que eu sou uma dessas pessoas.
Quando criança, eu tinha um amigo. Não vou dizer que éramos inseparáveis, porque ele sempre teve muitos outros amigos. Mas posso dizer com segurança que nos dávamos muito bem. Ele era, na verdade, o meu herói. Aquele que tinha roupas bacanas, bons brinquedos, excelentes idéias. Minha maior vontade era ser como ele.
Demorei a perceber o quanto ele era nocivo dentro da minha vida. Seus outros amigos não gostavam de mim e ele não tardou a “jogar pedras” tão logo surgiu a oportunidade. E lá foram quase quinze anos.
Nunca ouvi um pedido de desculpas (e nem espero ouvir) porque acho que ele é insensível demais para lembrar do que fez comigo. Então decidi que queria bani-lo da minha vida para sempre. Passei a mudar de calçada quando via que íamos nos esbarrar, pegava outro ônibus quando o via subir naquele que eu estava e deixei de freqüentar os lugares onde nós certamente iríamos nos encontrar. Só a bem pouco tempo atrás, desabafei com uma prima sobre este assunto. Fora ele, só minha mãe e minha esposa sabem do ocorrido.
Meu conselho de hoje aos meus amigos é que não sejam como eu. Conheçam as maravilhas do perdão e a leveza de um coração sem mágoas. Deus ainda não me livrou de tudo de ruim que sinto em relação a essa criatura, mas minha FÉ me diz que esse dia chegará. E antes do que eu imagino!
Mágoas: por que senti-las? É bem melhor ignorá-las. Um abraço, pessoal!

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