Palavras soltas...
sábado, 3 de fevereiro de 2018
Jejum de anos...
Quando decidi criar esse espaço, eu gostaria de compartilhar com meus amigos os meus devaneios e pensamentos mais profundos. Infelizmente, nessa merda de país afundado em corrupção e mediocridade nada vinga.
Tenho 36 anos, sou casado há 11 e tenho uma filha de dez. Ser pai é minha atividade preferida desde que essa guria nasceu. Mesmo com o cansaço, já que minha profissão não me permite ir para casa, sem levar dever de casa, sempre arrumo um tempo para voltar a ser criança com a minha princesa.
E por atrás de um grande homem sempre tem uma grande mulher. Isso é fato. Mesmo correndo o risco de parecer gabola ou sabe Deus mais o que, dedico um trecho desse retorno a minha esposa, que me aguenta e batalha ao meu lado há 17 anos.
Tenho 36 anos, sou casado há 11 e tenho uma filha de dez. Ser pai é minha atividade preferida desde que essa guria nasceu. Mesmo com o cansaço, já que minha profissão não me permite ir para casa, sem levar dever de casa, sempre arrumo um tempo para voltar a ser criança com a minha princesa.
E por atrás de um grande homem sempre tem uma grande mulher. Isso é fato. Mesmo correndo o risco de parecer gabola ou sabe Deus mais o que, dedico um trecho desse retorno a minha esposa, que me aguenta e batalha ao meu lado há 17 anos.
sábado, 7 de maio de 2016
A FINA FLOR DA EMOÇÃO
Eu demorei cinco longos anos para concluir esta história e até hoje, seis anos após o fim dessa prazerosa tarefa, sinto um vazio que metáfora nenhuma é capaz de descrever. Já escrevi outros livros, mas este sempre será o de estimação, aquele cuja simples menção do nome, arrepia-me inteiro. Talvez porque tenha sido a primeira história que escrevi inteira. As outras, que iam ficando caídas pelas veredas da criatividade, acabaram esquecidas, deixadas de lado.
Ainda hoje, penso que HELENA MORAES é uma heroína romântica às avessas, pois vai contra tudo o que a escola romântica prega, em muitos momentos da trama. No fim, quando o coração fala mais alto, eu não poderia permitir que ela não fosse feliz.
Das três partes na qual o livro está dividido, aquela que me deu mais trabalho e que me foi mais prazerosa a companhia foi a segunda - CRESCER É VIVER. Em 2005, ainda não há havia smartphones por todos os lados como acontece hoje. Grande parte desde livro nasceu no CENTUR, a Biblioteca Pública aqui de minha cidade. Parte dele ainda permanece escrita à mão num caderno universitário, daqueles de dez matérias, que muitos de nós já compramos e usamos algum momento. As pesquisas sobre a Irlanda, Molly Malone e a grande fome irlandesa só não eram mais prazerosas do que a minha vontade de terminar esta história. Julguei que Helena merecia que eu terminasse.
E hoje, que meus alunos leem e releem este, digamos, clássico, eu ainda me emociono com seus comentários, elogios e críticas sobre a obra. E digo a eles: eu faria tudo de novo se tivesse a chance.
terça-feira, 1 de dezembro de 2015
SUPER TEMPO
Cara, tem não sei quantos anos que não escrevo aqui. Mas também... que diferença faz? Ninguém lê essa merda mesmo. Agora, que a situação mudou. Ah... isso mudou. O BRASIL enfrenta uma recessão horrorosa, desemprego desenfreado e a economia na MERDA. Culpa da DILMA? Também. Mas culpa da gente. Quem botou essa mulher foi o povo. Agora, o povo que paga pelos erros dela.
quinta-feira, 17 de abril de 2014
Um livro RUIM
Resenha do livro QUANDO TUDO VOLTA, de JOHN
COREY WHALEY. Editora Novo Conceito.
Uma morte por overdose. Um fanático
estudioso da Bíblia. Um pássaro lendário. Pesadelos com zumbis. Coisas tão
diferentes podem habitar a vida de uma única pessoa? Cullen Witter leva uma
vida sem graça. Trabalha em uma lanchonete, tenta compreender as garotas e não
é lá muito sociável. Seu irmão, Gabriel, de 15 anos, costuma ser o centro das
atenções por onde passa. Mas Cullen não tem ciúmes dele. Na verdade, ele é o
seu maior admirador. O desaparecimento (ou fuga?) de Gabriel fica em segundo
plano diante da nova mania da cidade: o pica-pau Lázaro, que todos pensavam
estar extinto e que resolveu, aparentemente, ressuscitar por aquelas bandas. Em
meio a uma cidade eufórica por causa de um pássaro que talvez nem exista de
verdade, Cullen sofre com a falta do irmão e deseja, mais que tudo, que os seus
sonhos se tornem realidade. E bem rápido.
“Nunca julgue
um livro pela capa”. Acho que eu tinha uns treze, catorze anos quando ouvi
um amigo de meu pai, que era meu professor na escola, dizer essa frase pela
primeira vez. Bem, este foi o primeiro desafio que precisei enfrentar ao
encontrar-me com a edição brasileira do livro de John Corey Whaley, cujo título
em português não é tão sugestivo quanto às palavras que o margeiam, ainda na
capa:
Porque
eu estou acordado em um mundo de pessoas que dormem.
Nada sugestiva, a capa do livro traz a silhueta de
um pássaro, sob um fundo azul celeste. Longe de qualquer coisa atrativa à mente
dos leitores, a história de Culler Witter, que é intercalada com a missão de
Bento Sage, um missionário (Não me perguntem o motivo. Terminei a leitura e não
descobri), se desenrola de maneira irritantemente vagarosa, quase deprimente.
Eu
tinha dezessete anos quando vi o primeiro cadáver. Não era de meu primo Oslo.
Era de uma mulher que aparentava ter cinquenta anos ou, pelo menos, quase isso.
Não dava para ver furos de bala nem arranhões, cortes ou hematomas, então
acreditei que ela tivesse acabado de morrer de alguma doença ou algo assim (p.
9)
A trama se passa na cidade de Lily, no Arkansas, um
lugar maçante e tedioso, onde nada parece acontecer. Isso até o irmão mais novo
de Culler, Gabriel, sumir misteriosamente, sem deixar vestígios. Numa cidade
pequena, um fato não tão comum como o reaparecimento de uma espécie rara de
pica-pau, dada como extinta, mobiliza todos de tal forma, que ninguém parece
ligar para o desaparecimento do irmão de Culler, fato que deixa a família ainda
mais desesperada.
Como
a recusa de meu pai em voltar ao trabalho praticamente esgotou nossos fundos,
minha família decidiu aceitar doações mediadas pelo banco local, organizadas
pela Primeira Igreja Metodista Unida de Lily, que frequentávamos duas vezes por
ano (p. 101)
Entre outras coisas, li algumas resenhas que
sugeriam que o livro talvez fosse semelhante ao clássico A culpa é das estrelas. Bem, se John Green já tivesse morrido,
voltaria à vida só para defender seu livro de uma heresia como essa.
Entretanto, nem tudo provêm da negatividade.
Gostei, e muito, dos títulos que o autor deu aos capítulos do livro. Todos, sem
exceção, são curiosos, literários, quase estimulantes.
Então, querido leitor, se depois de ler esta
resenha, você ainda ficar empolgado com uma possível leitura desta obra, é só
dar uma conferida nos agradecimentos do livro, onde o próprio autor assume um
“solitário com uma queda por escrever histórias semidepressivas”.
Opinião final: decepção. O livro é confuso, sem
maiores motivações para o leitor.
segunda-feira, 14 de abril de 2014
domingo, 16 de março de 2014
QUEM É VOCÊ, ALASCA?
Falar em John Green é lembrar do clássico A culpa é das estrelas, que o projetou como autor a nível
internacional. Depois, entretanto, foram surgindo novos livros do autor, quase
tão clássicos quanto o primeiro. Com a obra Quem
é você, Alasca? não foi diferente. Basta dar uma conferida na frase que
inicia o texto presente na contracapa do livro:
“Se
as pessoas fossem chuva, eu seria garoa e ela, um furacão”.
Miles
Halter é um adolescente como outro qualquer. Em busca de uma vida nova e novas
experiências, o jovem parte para a escola interna de Culver Creek, para se aventurar longe do ninho familiar e da super
proteção dos pais. Seu pai estudou lá na juventude e Miles espera ardentemente
que sua vida enfim tenha início nesse novo e inexplorado lugar. Num primeiro
momento, fica claro que os pais do garoto pouco o conhecem, pois alimentam a esperança
do filho ser popular na escola, cheio de amigos e super bem entrosado. Miles,
na verdade, é tímido, introvertido, mas sedento por novas experiências.
Fui
até o escritório do papai e achei a biografia de François Rabelais. Eu gostava
de ler biografias de escritores, mesmo que (como era o caso com o Monsieur
Rabelais) não tivesse lido nenhum de seus livros. Folheei as últimas páginas e
encontrei uma citação destacada com marca-texto (...) Então, esse cara, eu
disse, parado à porta da sala. “François Rabelais. Era poeta. Suas últimas
palavras foram: ‘Saio em busca de um Grande Talvez’. É por isso que estou indo
embora. Para não ter de esperar a morte para procurar o Grande Talvez” (p. 5).
Miles
era simplesmente fascinado em colecionar últimas palavras. Sobretudo as célebres.
Chegando ao novo lar, ele conhece Alasca Young, a jovem e misteriosa que dá
nome ao livro. Alasca tem problemas familiares e um psicológico nada
convencional para uma garota tão nova e cheia de vida. Mesmo assim, uma atração
entre os dois é inevitável.
Entramos.
Eu me virei para fechar a porta, mas o Coronel balançou a cabeça e disse:
“Depois das sete temos que deixar a porta aberta se estivermos no quarto de uma
garota”, mas eu quase não o ouvi, pois diante de mim estava a garota mais linda
da história da humanidade, com jeans cortados à altura das coxas e uma camiseta
regata cor de pêssego” (p.15).
É
impossível não ressaltar o fato de que os personagens criados por John Green
são magistralmente bem construídos. Dez páginas depois e a gente já sente que
somos seus amigos de infância ou mesmo, parentes bem próximos. O mais
impressionante, em minha modesta opinião, é que ele tem o dom de transformar
antagonistas em protagonistas, como acontece com alguns personagens de menor
impacto nesta história. O colega de quarto de Miles, apelidado de Coronel, é um
deles. Como todos os outros, ele também tem os seus problemas, mas lida com bom
humor e descontração com a maioria deles.
O
livro em si é divido em duas partes: ANTES e DEPOIS. É óbvio que o leitor fica
imediatamente curioso com as citações do tipo Centro e vinte e oito dias antes, mas isso não impede que a leitura
siga seu rumo, de maneira saudável e nada convencional. Acho até bem prático
dizer que o livro é como uma montanha russa de emoções. Inúmeros são os temas
abordados, que vão desde sexualidade até alcoolismo juvenil e relacionamentos
familiares. Todos de maneira exemplar, beirando a perfeição.
As
palavras ‘bebida’ e ‘farra’ me deixaram receoso de que eu tivesse me envolvido
com o que minha mãe chamava de ‘as pessoas erradas’, mas eles pareciam
inteligentes demais para serem as pessoas erradas (p.20).
Um
detalhe essencial: Miles é o protagonista, o narrador, mas Alasca é, sem
dúvida, a principal fonte de brilho desta trama. Por diversas vezes, ela nos
irrita e nos confunde, como por exemplo quando Miles vai lhe pedir socorro
depois de sofrer um trote um tanto violento logo depois de chegar ao internato.
Alasca mal lhe abre a porta do quarto e o destrata.
Qualquer
leitor, mesmo eu, que já estou na casa dos trinta, certamente já teve dias
inesquecíveis na escola e amigos, cujos rostos e atitudes irá levar consigo
para toda a vida. A este, é uma missão extremamente difícil não se envolver com
este livro. Penso que, por mais um livro nos faça chorar, sofrer ou
simplesmente dar umas boas gargalhadas que logo depois são esquecidas, o mais
importante são as horas mais do que agradáveis que passamos em sua companhia.
Como é o caso desde livro. Vida longa a John Green! Ele é perfeito!
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